Essa é uma questão polarizadora: os desenvolvedores devem testar seu próprio código? Há muitos argumentos de ambos os lados. Nesta postagem, defendemos que a resposta é não, por alguns motivos muito bons.
O teste de controle de qualidade é uma parte essencial do processo de desenvolvimento de software. Ele garante que um produto ou recurso esteja pronto para o usuário e, como tal, é uma etapa que não pode ser ignorada. Mas há uma divisão no setor de tecnologia sobre se essa etapa é melhor executada por desenvolvedores, testadores de controle de qualidade, automação de IA ou até mesmo pelos três.
Embora possa ser a opção mais completa de ter o maior número possível de pessoas examinando um software, não é a mais eficiente em termos de tempo, o que, quando se está correndo para concluir um projeto, também é uma consideração importante.
Os engenheiros de garantia de qualidade são treinados para testar de forma sistemática e eficiente todos os possíveis bugs ou pontos fracos que um produto possa ter. Por vários motivos, muitas vezes, os desenvolvedores de software não são os melhores candidatos para esse trabalho. Continue lendo para descobrir quais são esses motivos.
Antes de nos aprofundarmos na questão de por que os desenvolvedores não devem testar o código, primeiro abordaremos outra questão igualmente importante: por que fazer testes de controle de qualidade? Em termos práticos, o que é teste de garantia de qualidade? Por que ele é necessário, o que ele implica e o que ele pretende alcançar?
O teste de controle de qualidade é, em essência, o processo de determinar definitivamente se um determinado recurso está ou não pronto para ser lançado. Em 2017, estima-se que $1,7 trilhão foi perdido em todo o mundo devido a falhas de software. Muitas dessas perdas provavelmente poderiam ter sido evitadas se procedimentos de garantia de qualidade mais completos e robustos tivessem sido implementados.
Os engenheiros de controle de qualidade não se limitam a realizar testes, embora essa seja uma grande parte de sua função. Eles também documentam o processo de teste, sugerem as melhores soluções para os problemas que encontram, identificam KPIs para a qualidade do produto, criam e instituem estratégias gerais de QA e muito, muito mais.
Há muitos tipos diferentes de testes que os testadores de controle de qualidade podem realizar. O teste de ponta a ponta (conhecido como e2e) é uma grande parte do trabalho dos testadores de controle de qualidade. Isso envolve imitar o uso real de um software do início ao fim para garantir que tudo esteja funcionando como deveria.
Eles também podem realizar muitos outros tipos diferentes de testes, como o teste de carga, que envolve a verificação da quantidade de carga de trabalho que um sistema pode suportar ao mesmo tempo, ou o teste de usabilidade, que estabelece a facilidade de uso de um novo produto.
O objetivo de um testador de controle de qualidade é sempre identificar possíveis problemas ou bugs que o software possa ter e, em seguida, encontrar a melhor maneira de corrigi-los para que, quando o software chegar ao usuário, ele possa proporcionar a ele a melhor experiência possível.
Há, de fato, um tipo de teste que quase sempre é realizado pelos desenvolvedores: o teste de unidade. Isso envolve testar componentes específicos de um software e, como requer conhecimento detalhado do código usado para criá-lo, os desenvolvedores geralmente realizam essa tarefa.
Agora vamos ver por que, em quase todos os outros cenários, os desenvolvedores que testam o código não são uma boa ideia.
Já ilustramos todo o trabalho demorado e meticuloso que é necessário para ser um testador de controle de qualidade bem-sucedido. Isso exige trabalho árduo, foco preciso e, acima de tudo, tempo dedicado.
Agora, considere tudo o que um desenvolvedor de software precisa fazer em sua função. Além de escrever código, o que, por si só, já consome bastante tempo, ele também precisa criar estratégias e planos, escrever a documentação do projeto, estabelecer contato com as partes interessadas e, é claro, realizar os testes unitários mencionados anteriormente.
Com tudo isso no prato, não é realista que eles possam continuar a fazer seu trabalho na capacidade de 100% e assumir outro trabalho difícil e demorado também. Para obter o máximo de eficiência e não perder qualidade, a codificação e os testes de controle de qualidade devem ser duas funções separadas, ocupadas por duas pessoas diferentes.
Se você quiser que algo seja testado de maneira completa, é sempre uma boa ideia que o testador seja um tanto imparcial. Isso se deve ao fato de que alguém que esteja testando algo que criou pode trazer um viés inconsciente ou não intencional para o processo de teste.
Os desenvolvedores de software não têm a objetividade necessária para testar seu próprio trabalho. Eles podem ter mais dificuldade para se colocar no lugar do usuário final ou presumir que o usuário terá conhecimento sobre algo porque eles têm. Um testador de controle de qualidade dedicado é uma parte neutra que pode ver as coisas de forma imparcial e evitar preconceitos não intencionais ao realizar testes importantes.
Até agora, já estabelecemos que o desenvolvedor e o testador de controle de qualidade são dois trabalhos distintos. Por esse motivo, quando são realizados pela mesma pessoa, não podem ser feitos simultaneamente. A codificação terá de ser interrompida para permitir o início dos testes e vice-versa.
Isso acaba atrasando os fluxos de trabalho e afetando negativamente a produtividade. Ter uma equipe de controle de qualidade dedicada garante que, quando um código estiver pronto para ser testado, ele o será imediatamente. Isso significa que os produtos e recursos podem ser lançados em tempo hábil e não sofrer atrasos que, além de parecerem pouco profissionais, podem acabar fazendo com que a empresa perca clientes.
Pode ser verdade que os desenvolvedores tenham a capacidade e as habilidades necessárias para realizar testes de controle de qualidade, mas isso não significa que eles sejam as melhores pessoas para o trabalho. Por todos os motivos acima, mas também por este: Os testadores de controle de qualidade são especialmente treinados e capacitados para fazer o trabalho que fazem. Eles têm experiências, formações e perspectivas técnicas diversas e diferentes das do desenvolvedor e, portanto, são testadores mais eficientes e competentes.
Talvez você concorde com todos esses pontos, mas não tenha os recursos ou a motivação para buscar, recrutar e integrar uma equipe totalmente nova. Além disso, às vezes, os desenvolvedores se ressentem das equipes internas de testes de controle de qualidade ou as consideram desnecessárias. Por esses motivos, muitas empresas optam por terceirizar suas necessidades de controle de qualidade.
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